Recomprar (Buy-Back) corretamente significa a compra de ações próprias pela empresa, que usa a liquidez para “tornar-se sua própria acionista”. A recompra não deve ser confundida com negociação interna, que é uma compra ou venda de ações, realizada pela administração com meios próprios.
São muitos os motivos pelos quais uma empresa compra suas próprias ações: o importante é entender por que a empresa realiza essa operação e quais os efeitos que ela pode ter para os acionistas e o valor das próprias ações. De fato, o impacto de uma recompra no mercado pode ser tanto positivo quanto negativo.
Uma empresa pode decidir recomprar por vários motivos, como
- Apoiar o preço das ações no mercado de ações no caso de sofrer;
- Enviar um sinal de confiança ao mercado ou investir lucros excedentes onde não há melhores oportunidades de investimento;
- Distribuir valor aos acionistas, que verão o valor de seu investimento aumentar com a redução do número de ações em circulação;
- Dar um “dividendo extra” aos seus próprios acionistas;
- Adquirir uma reserva de valores mobiliários da empresa que pode ser utilizada para aquisições e/ou bolsas de valores com outras empresas
E por muitos outros motivos diversos.
Quando o Buy-Back é útil para o investidor?
O Buy-Back é, portanto, uma operação que se presta a múltiplas análises e interpretações e pode ter efeitos positivos para o acionista, especialmente se, nos programas de recompra as ações são compradas a um preço inferior ao seu próprio valor intrínseco.
Caso contrário, se o Buy-Back for realizado a um preço superior ao valor intrínseco , a empresa terá feito mau uso dos recursos corporativos e o acionista verá o valor de sua ação diminuir.
Considere uma analogia simples: se houver três sócios iguais em um negócio no valor de R$ 3.000 e um for comprado pela sociedade por R$ 900 , cada um dos parceiros restantes terá um ganho imediato de R$ 50. Se o sócio de saída receber R$1.100, no entanto, os sócios que continuarem sofrerão uma perda de R$ 50 cada. A mesma matemática se aplica às corporações e seus acionistas
Buffet Warren
Para Buffett, a análise de recompra é uma ótima maneira de entender a qualidade da gestão e a intenção de trabalhar no interesse do acionista e não apenas no interesse da alta administração: por exemplo, comprando ações próprias por um valor menor valor intrínseco, ao invés de seguir o próprio interesse através – por exemplo – de aquisições externas (que certamente aumentam o prestígio da empresa e a remuneração de quem a administra) é um exemplo claro de gestão amigável aos acionistas.