Um investimento é basicamente uma equação em que uma série de variáveis leva a um resultado, que pode ser um retorno ou, se não, uma perda em relação ao capital aportado para o próprio investimento. Trata-se, portanto, de uma aposta, porém, baseada num cálculo probabilístico. Logo, a aversão ou propensão ao risco devem ser consideradas.
Quem investe está apostando, considerando muito provável, que as coisas seguirão um certo rumo, ou seja, que as variáveis da equação se encaixarão de uma certa maneira e não de todas as outras possíveis, e que isso lhes permitirá colocar seus próprios ativos em bom uso.
Sendo um cálculo probabilístico, o investimento sempre tem uma margem de risco, pois ainda é baseado em probabilidades e não em certezas e, portanto, o final feliz não é dado como certo.
A inclinação do investidor de usar suas economias com base na probabilidade mais ou menos alta de que as coisas sigam um determinado curso é chamada de aversão ou propensão ao risco.
Quanto mais um investidor está disposto a investir suas economias com base em altas probabilidades, mais ele demonstra aversão ao risco; vice-versa, quanto mais ele está disposto a investir em uma combinação de eventos possível, mas não provável, mais ele demonstra apetite ao risco.
Aversão ou propensão ao risco: quando o investimento vale a pena?
Cada alocação de seus ativos tem um custo de oportunidade, pois ao alocar esses ativos para uma determinada atividade (investir em vez de sair de férias, por exemplo) o indivíduo renuncia implicitamente a usá-los para outros fins (que evidentemente considera menos interessantes).
O apetite a aversão ou propensão ao risco podem, portanto, ser considerados como os níveis necessários para um investidor optar por investir em vez de usar o dinheiro de outra forma.
Uma vez que existe uma correlação direta entre risco e rentabilidade de qualquer investimento, uma pessoa com aversão ao risco pode ser induzida a investir apenas quando o retorno é alto. Além disso, pode ser induzida a desinvestir se a lucratividade cair, enquanto uma pessoa com aversão ao risco pode ser induzida a investir mesmo se os retornos forem baixos, mas apenas enquanto os riscos são limitados.
Em suma, a aversão ou propensão ao risco determinam quando o investimento vale a pena para o investidor específico individual.
Expertise e perfil de participações de investimento
Em termos de investimento, a propensão e a aversão ao risco não são elementos de carácter, por isso difíceis de alterar. A aversão ou propensão ao risco são antes indicadores do conhecimento que se tem do mundo das finanças e critérios para escolher os instrumentos de investimento mais adequados entre os vários que o mercado oferece.
Sendo um investimento um cálculo probabilístico, baseia-se no conhecimento do mundo das finanças, das regras segundo as quais esse mundo vive (basicamente, os fundamentos dos assuntos que lhe dão vida).
Quanto maior o conhecimento, maior a capacidade de calcular as probabilidades, de ponderar todas as variáveis possíveis que compõem a equação do investimento, maior pode ser a propensão ao risco (entenda-se que não há obrigação).