A queda da Selic e a perspectiva de retomada da atividade econômica compõem o cenário para o qual a Vamos já começou a se preparar. Nos últimos meses, a empresa lidou com alguns contratempos. O mercado de compra e locação de caminhões e equipamentos foi afetado pela demora na divulgação do Plano Safra.
Em 2022, as montadoras anunciaram um reajuste, além dos valores já maiores, de 20% a 25% para o modelo Euro 6. O sistema segue um conjunto de normas que regulam a emissão de poluentes para motores a diesel. Somente em abril, as vendas caíram 22,31% em relação a março, segundo dados da Anfavea.
A Vamos conta hoje com 45 mil ativos (35,5 mil caminhões e 9,5 mil máquinas e equipamentos), o equivalente a 23% de participação na frota de 4,5 mil clientes. No ano passado, comprou entre 8% e 9% da produção nacional de caminhões em 2022, boa parte no final do ano.
A queda da taxa Selic reduz as despesas financeiras, pressiona menos o balanço e melhora a taxa de retorno. Couto vê outros ganhos com a operação: permitiu aumentar a liquidez das ações, sem causar uma grande diluição acionária. “Desde a abertura de capital em janeiro de 2021 até janeiro de 2023, entregamos um retorno total ao acionista de 117% aos investidores”, diz Couto.
No primeiro trimestre, esse spread foi de 8,5%. A Vamos é entusiasta do programa nacional de renovação de frotas. A ideia é que donos de caminhões com mais de 20 anos de fabricação troquem o veículo por um quilômetro novo. Esse caminhoneiro entrega o veículo usado para sucateamento e recebe um certificado para efetuar a compra.
Até junho, apenas 14% dos recursos destinados ao programa foram utilizados. Há dois anos, a Vamos lançou um programa semelhante, de cunho social, mas também de conhecimento do mercado. Uma iniciativa que começa a ser retomada de forma embrionária neste ano.